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Correlacao negativa

O Que É Correlação Negativa?

Correlação negativa descreve uma relação estatística em que duas variáveis tendem a mover-se em direções opostas. No campo da Teoria do Portfólio, a Correlação negativa é um conceito fundamental que os investidores buscam para reduzir o risco do portfólio e otimizar o retorno. Essencialmente, quando o valor de um ativo aumenta, o valor de outro ativo com correlação negativa tende a diminuir, e vice-versa. Essa relação inversa é crucial para a diversificação de um portfólio de investimentos, pois ajuda a mitigar a volatilidade geral da carteira. A correlação negativa é uma medida quantitativa da força e da direção dessa relação inversa.

História e Origem

O conceito de correlação negativa, como aplicado em finanças, ganhou proeminência com o desenvolvimento da Teoria do Portfólio Moderna (MPT). Foi formalizado pelo economista Harry Markowitz, que publicou seu trabalho seminal "Portfolio Selection" no Journal of Finance em 1952. Antes da MPT, a prática comum era sel6ecionar ativos individualmente com base em seus próprios méritos, sem considerar como se comportariam em conjunto. Markowitz demonstrou que a chave para a construção de um portfólio de investimentos eficaz reside não apenas nos retornos esperados e riscos de ativos individuais, mas também nas inter-relações entre eles. Ao incorporar ativos que não se movem em sincronia – idealmente, com correlação negativa – os investidores poderiam construir carteiras com um risco geral menor para um dado nível de retorno esperado. Essa inovação transformou a gestão de risco e a alocação de ativos no Mercado de capitais, destacando a diversificação como uma ferramenta valiosa para os investidores.

Principais Pontos

  • Relação Inversa: A correlação n5egativa ocorre quando dois ativos se movem em direções opostas.
  • Redução de Risco: Incluir ativos com correlação negativa em um portfólio pode ajudar a reduzir o risco do portfólio geral sem sacrificar o retorno esperado.
  • Benefício da Diversificação: É um pilar da diversificação eficaz, permitindo a construção de uma carteira mais resiliente.
  • Cálculo via Coeficiente de Correlação: A força e a direção da correlação são medidas pelo coeficiente de correlação, que varia de -1 a +1.

Fórmula e Cálculo

O coeficiente de correlação negativa é um valor entre -1 e 0. É calculado usando a seguinte fórmula para o coeficiente de correlação de Pearson ($\rho_{X,Y}$), onde X e Y são os retornos dos dois ativos:

ρX,Y=cov(X,Y)σXσY\rho_{X,Y} = \frac{\text{cov}(X,Y)}{\sigma_X \sigma_Y}

Onde:

  • $\text{cov}(X,Y)$ é a covariância entre os retornos dos ativos X e Y. A covariância mede como duas variáveis variam juntas. Uma covariância negativa indica que, quando uma variável aumenta, a outra tende a diminuir.
  • $\sigma_X$ é o desvio padrão dos retornos do ativo X. O desvio padrão é uma medida da volatilidade ou dispersão dos retornos em torno de sua média.
  • $\sigma_Y$ é o desvio padrão dos retornos do ativo Y.

Um coeficiente de correlação de -1 indica uma Correlação negativa perfeita, significando que os ativos se movem em direções exatamente opostas o tempo todo. Um valor de 0 indica nenhuma correlação linear.

Interpretando a Correlação Negativa

Um coeficiente de Correlação negativa oferece insights valiosos sobre a relação entre dois ativos. Quando o coeficiente se aproxima de -1, significa que os movimentos de retorno dos ativos são fortes e consistentemente em direções opostas. Por exemplo, se um ativo ganha 5%, o outro tenderá a perder, idealmente, uma quantidade equivalente, resultando em um efeito de compensação dentro de um portfólio.

Embora uma correlação perfeita de -1 seja rara na prática, qualquer grau de correlação negativa é benéfico para a diversificação. Um valor de -0.5, por exemplo, sugere uma tendência moderada dos ativos de se moverem em direções opostas, o que ainda contribui para reduzir a volatilidade geral de uma carteira em comparação com ativos que se movem na mesma direção. O objetivo da relação risco-retorno em um portfólio é ser mais eficiente.

Exemplo Hipotético

Considere um investidor que detém dois ativos hipotéticos: Ações de Energia Renovável (AER) e Ações de Gás Natural (AGN). Historicamente, quando os preços do petróleo sobem, as ações de energia renovável podem sofrer devido à preferência por fontes de energia mais baratas, enquanto as ações de gás natural podem se beneficiar. Por outro lado, quando há uma maior pressão por políticas climáticas, as ações de energia renovável podem valorizar, enquanto as de gás natural podem enfrentar ventos contrários.

Suponha que durante um período, os retornos mensais de AER e AGN sejam:

  • Mês 1: AER sobe 3%, AGN cai 2%
  • Mês 2: AER cai 1%, AGN sobe 0.5%
  • Mês 3: AER sobe 2%, AGN cai 1.5%

Neste cenário simplificado, os movimentos dos dois ativos demonstram uma Correlação negativa. Se um investidor possuísse ambos em sua Estratégia de investimento, a queda em um ativo seria parcialmente compensada pelo ganho no outro, suavizando o risco do portfólio geral e reduzindo sua volatilidade.

Aplicações Práticas

A Correlação negativa é uma ferramenta essencial na construção e gestão de risco de portfólios de investimento. Uma das aplicações mais comuns é a combinação de ações e títulos. Historicamente, títulos do governo (especialmente de longo prazo) demonstraram frequentemente uma correlação negativa ou baixa com ações, especialmente em períodos de desaceleração econômica ou maior incerteza. Quando os mercados de ações sofrem quedas, a demanda por ativos de refúgio, como títulos, pode aumentar, elevando seus preços e, consequentemente, seus retornos. Essa característica permite que os títulos funcionem como um "amortecedor" em uma carteira durante turbulências no mercado de ações, contribuindo para a estabilidade geral do portfólio.

Além da combinação tradicional de ações e4 títulos, os gestores de portfólio procuram Correlação negativa em diversas classes de ativos e setores, incluindo commodities (como ouro3), certas moedas ou mesmo investimentos alternativos. O objetivo é criar um portfólio mais robusto, onde a fraqueza em uma área seja compensada pela força em outra, melhorando a relação risco-retorno geral.

Limitações e Críticas

Embora a Correlação negativa seja um conceito poderoso para a diversificação de portfólios, ela não está isenta de limitações. Uma das principais críticas é que as correlações não são estáticas; elas podem mudar dinamicamente ao longo do tempo, especialmente durante períodos de estresse no mercado. O fenômeno da "quebra de correlação" (correlation breakdown) refere-se a situações em que ativos que historicamente apresentavam baixa ou Correlação negativa começam a se mover na mesma direção durante uma crise. Isso pode anular os benefícios esperados de gestão de risco e levar a perdas maiores do que o previsto.

Outra limitação é que a Correlação mede apenas a relação linear entre os re2tornos dos ativos. Relações não lineares ou dependências de cauda (onde os ativos se movem juntos apenas em condições extremas) podem não ser totalmente captu1radas pelo coeficiente de correlação tradicional. Além disso, a dependência de dados históricos para prever correlações futuras pode ser falha, pois o Mercado de capitais está em constante evolução. Para uma Estratégia de investimento eficaz, é crucial entender que a ausência de correlação não significa ausência de risco, e que mesmo com correlação negativa, as Variância individuais dos ativos ainda contribuem para o risco do portfólio geral.

Correlação Negativa vs. Correlação Positiva

A principal distinção entre Correlação negativa e correlação positiva reside na direção do movimento entre duas variáveis.

CaracterísticaCorrelação NegativaCorrelação Positiva
Direção do MovimentoAs variáveis movem-se em direções opostas.As variáveis movem-se na mesma direção.
Intervalo do CoeficienteVaria de -1 (perfeita) a 0 (nenhuma).Varia de 0 (nenhuma) a +1 (perfeita).
Impacto na DiversificaçãoAumenta o benefício da diversificação, reduzindo o risco do portfólio.Diminui o benefício da diversificação, podendo aumentar o risco.
ExemploPreços de títulos e taxas de juros; vendas de guarda-chuvas e dias de sol.Preços de ações de tecnologia e demanda por chips; consumo de sorvete e temperatura.

A confusão entre os termos geralmente surge da interpretação da magnitude do coeficiente. Um coeficiente próximo de 0, seja ele ligeiramente positivo ou negativo, indica uma relação linear fraca. No entanto, para fins de Teoria do Portfólio, a busca por ativos com Correlação negativa é para otimizar a Fronteira eficiente e gerenciar o risco de forma mais eficaz.

FAQs

O que significa uma correlação de -1?

Uma Correlação de -1 (correlação negativa perfeita) significa que dois ativos se movem em direções exatamente opostas. Quando um ativo sobe, o outro desce na mesma proporção. No entanto, esse cenário é raramente observado nos Mercado de capitais reais.

É sempre bom ter ativos com Correlação negativa no meu portfólio?

Sim, geralmente é benéfico. Incorporar ativos com Correlação negativa ajuda a reduzir o risco do portfólio geral, pois as perdas em um ativo podem ser compensadas pelos ganhos em outro, resultando em uma volatilidade mais baixa da carteira.

As correlações permanecem constantes ao longo do tempo?

Não, as correlações entre ativos são dinâmicas e podem mudar significativamente devido a condições de mercado, ciclos econômicos ou eventos inesperados. O que foi uma correlação negativa em um período pode se tornar menos negativa ou até positiva em outro. A gestão de risco requer monitoramento contínuo.

Como a Correlação negativa se relaciona com a diversificação?

A Correlação negativa é um pilar da diversificação eficaz. Ao combinar ativos que não se movem em sincronia, um investidor pode construir um portfólio que é mais resistente a choques em qualquer um de seus componentes. O objetivo é suavizar os retornos do portfólio e proteger contra grandes quedas.

Onde posso encontrar ativos com Correlação negativa?

Historicamente, títulos do governo frequentemente apresentaram baixa ou Correlação negativa com ações. Outras áreas onde se pode buscar correlação negativa incluem certas commodities (como ouro em relação ao dólar), ou ativos de diferentes classes que respondem de maneira diferente a fatores macroeconômicos. A análise cuidadosa dos dados históricos e das características de cada ativo é essencial.

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